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A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta específico nesta terça-feira (27) para o Oceano Pacífico. O secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um relatório – baseado em medições – que indica que o mar, em algumas localidades do Pacífico, subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos.
O Brasil não é apontado especificamente neste relatório que trata das medições recentes, mas duas cidades do RJ foram lembradas em um outro documento da ONU que reuniu estimativas e análises diversas sobre o impacto do aumento do nível dos mares.
As cidades brasileiras aparecem listadas no documento divulgado na segunda-feira (26) com o título: “Surging Seas in a warming world: The latest science on present-day impacts and future projections of sea-level rise” (Mares em elevação em um mundo em aquecimento: a ciência mais recente sobre os impactos atuais e as projeções futuras da elevação do nível do mar, em tradução livre).
Reproduzindo uma estimativa da Nasa, a agência espacial norte-americana, feita com dados de até 2020, o documento cita duas localidades no Rio de Janeiro — o distrito de Atafona, em São João da Barra, e a cidade do Rio de Janeiro. Nelas, a estimativa é de que o nível do mar pode subir de 12 cm a 21 cm até 2050.
As previsões foram feitas com base em um cenário de aquecimento global de 3°C até o final do século. Atualmente, autoridades e especialistas ainda buscam limitar o aquecimento a 1,5ºC, conforme as metas definidas pelo Acordo de Paris, embora a própria ONU já admita que as metas assumidas em 2015 já sejam insuficientes para limitar o aumento da temperatura neste patamar.
A lista de cidades citada pela ONU traz uma amostra do impacto pontual em alguns países. Ela cita New Orleans, nos EUA, como a que teria risco de sofrer os maiores impactos: estimativa é de até 46 cm de elevação do mar até 2050, segundo a estimativa da Nasa.
Entre 1990 e 2020, o nível do mar já aumentou 13 cm nessas áreas. Agora, as previsões indicam um aumento adicional de até 21 cm nos próximos 30 anos, ou 16 centímetros em média.
Segundo a ONU, essa elevação representa uma ameaça séria para regiões costeiras, especialmente em países em desenvolvimento, onde a infraestrutura pode ser destruída e a vida das pessoas, drasticamente afetada.
O aumento do nível do mar também representa um grande risco para os chamados Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês), que enfrentam erosão de terras, destruição de infraestruturas e a possível perda de habitabilidade devido à concentração de pessoas e ativos em áreas costeiras baixas.
Ainda de acordo com a agência, a mudança no nível do mar globalmente é uma das maiores preocupações e precisa ser enfrentada com urgência para evitar consequências devastadoras.
Berço de paisagens paradisíacas, ilhas do Oceano Pacífico, por exemplo, estão em risco. Elas podem ser completamente engolidas pelo avanço do mar, que vem subindo ano a ano, reflexo das mudanças climáticas.
Ilhas como Maldivas, Tuvalu, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati estão na lista dos lugares na Terra que podem desaparecer, reflexo da ação humana. Com muita natureza preservada e sem muitas indústrias, essas áreas são responsáveis por apenas 0,02% das emissões globais anuais de CO2, mas estão sendo vítimas das emissões do mundo todo.
O excesso de gases que causam o efeito estufa está tornando a Terra mais quente. Eles são liberados com a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Na atmosfera, esses gases aprisionam o calor, fazendo com que a temperatura fique cada vez mais alta.
Apesar das ilhas no Pacífico terem pouca participação nesta emissão, a atmosfera é única. Ou seja, tudo que é emitido e chega a essa camada afeta a todos de forma global.
Nos últimos anos, as concentrações desses gases têm se tornado cada vez maiores ano a ano.
A Terra está ficando mais quente e os oceanos têm papel fundamental para reduzir os impactos desse aumento da temperatura porque eles absorvem 90% de todo esse excesso.
Durante o El Niño, por exemplo, que aumenta a temperatura dos oceanos, os mapas mostraram um aquecimento acima da média pelo mundo.
Todo esse calor é o que causa o aumento do nível do mar e isso acontece em dois processos:
Quando a temperatura das águas aumenta, seu volume também aumenta. Ou seja, ele se expande, elevando o nível. Essa reação representa 40% da causa do aumento do nível do mar;
Isso se soma ao derretimento das calotas polares. Mais quente, o oceano faz com que a camada de gelo se derreta se transformando em mais água e, portanto, aumentando o nível dos mares.
Com informações do G1 / Foto capa Shipfactory – Shutterstock
Written by: admin
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